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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Rio: The Game - "Preview"


Os passáros de Rio dançaram no DS


Em “Rio”, o diretor brasileiro Carlos Saldanha busca apresentar a Cidade Maravilhosa ao resto do mundo com a história da ararinha azul que não sabia voar. No filme, Blu (que foi criado em uma pequena cidade do Minnesota) é levado para o Rio de Janeiro para conhecer Jade, a última ararinha-azul fêmea do mundo, em uma tentativa de impedir a extinção de sua espécie. O problema começa quando o casal de aves é levado por traficantes que planejam contrabandeá-los para o exterior.
Assim como acontece com a maioria dos filmes e animações infantis de grande porte, não demorou muito para que a história dos pássaros tropicais chegasse aos video games em diversas plataformas, incluindo o Nintendo DS.
No portátil da “Big N”, Rio: The Game acompanha a saga de Blu com uma jogabilidade que mescla o gênero rítmico com o de plataforma, uma combinação interessante e já vista anteriormente em jogos como Maestro! Jump in Music.
No caso da adaptação realizada pela THQ, o desafio consiste em acompanhar Blu pelos cenários ao mesmo tempo em que se acerta no tempo certo alvos que fazem com que a melodia de cada estágio continue afinada.
Com o decorrer da aventura, a jogabilidade é adaptada de acordo com as mudanças ocorridas na trama (como quando os dois passáros são acorrentados juntos ou quando Blu aprende a voar, por exemplo). Além disso, há desafios bônus no meio de cada estágio e quatro mini games feitos para agradar aqueles que buscam variedade.


Aprovado
Estes pássaros estão dentro do compasso
Se existe algo de que não se pode reclamar a respeito de Rio: The Game é sobre a sua sincronia com as músicas. Cada um dos alvos que devem ser atingidos pela stylus se refere a um dos instrumentos que compõem a melodia de cada fase e se encaixa perfeitamente com a música de fundo.
Há também elementos do cenário que podem adicionar sonoridades específicas para um dos temas, como gatos que miam estridentemente e latas que realizam a mesma função de pratos de metal.
Além disso, as flores que devem ser coletadas por seu personagem ao longo de cada uma das fases também estão dispostas ao longo dos cenários de maneira sincronizada com cada música. Assim, fica fácil compreender qual é o melhor caminho deve ser seguido e quando se deve desviar de obstáculos sem se perder no ritmo.
Feito para os filhos, mas também é legal para os pais
Embora seja direcionado para os pequenos, Rio: The Game consegue apresentar um mínimo de desafio para interessar os mais crescidos. Ainda que o título consiga ficar interessante para jogadores mais avançados somente na dificuldade mais difícil (a qual é habilitada após o jogo ser terminado no nível mediano), conciliar o movimento de Blu pelos estágios sem perder uma só nota é uma tarefa que se mostra instigante e divertida.
Os pequenos, por sua vez, não terão problema algum com os comandos intuitivos do jogo e poderão controlar facilmente os personagens da animação pelas fases. Além disso, os níveis de dificuldade disponíveis desde o começo do jogo são ideais para que iniciantes consigam aprender rapidamente sem se frustrar.
Os extras divertem
Infelizmente, a campanha principal de Rio: The Game é curta demais, o que obriga os mini games presentes no jogo a serem no mínimo interessantes. Por sorte, eles conseguem cumprir o seu papel e oferecem um bom nível de diversão em doses rápidas, sendo uma boa escolha para se jogar durante a espera por um consulta médica ou no trajeto até a aula.
Em Monkey Madness, Blu e Jade enfrentam devem mandar os micos que caem no cenário de volta para onde vieram ao mesmo tempo em que coletam as notas musicais que aparecem. Como os dois estão acorrentados, é necessário movê-los para que os macacos caiam na corrente, que funciona como uma espécie de cama elástica.
O pequeno jogo também possui a função de multiplayer local. Afinal, enquanto Blu é controlado pelos direcionais, Jade é movimentada com os botões Y e A. Desse modo, duas pessoas podem jogar, cada qual com o seu pássaro.
Em Running the Bulldog, o jogador controla o cachorro Luiz, o qual deve conseguir capturar o maior número de pássaros enquanto corre ao longo das plataformas. A dificuldade deste mini game se encontra no limite de tempo, que pode ser aumentado com a coleta dos itens certos, e com os cactos que infestam o caminho e atrasam o buldogue.
Os outros dois modos extras não chegam exatamente a ser mini games com objetivos e pontuação, mas sim pequenos adicionais feitos para divertir os usuários. No primeiro deles, é possível selecionar personagens para vê-los dançando alguns passos de samba e merengue, os gêneros que comandam Rio: The Game. Quem tiver o DSi também pode colocar o seu rosto nos personagens para se ver em ritmo de carnaval.
Já o último modo apresenta uma pequena arara de estimação. É possível selecionar as cores de suas penas e afagá-la com a stylus. Mas a principal diversão com certeza é ensiná-la a falar. Basta falar ao microfone do DS para ouvir a pequena ave repetir as palavras com a sua voz esganiçada.


Reprovado
Espera um pouco, já terminei?
No momento em que os estágios começam a se tornar mais interessantes, com notas com ritmos mais quebrados e desafiadores, Rio: The Game simplesmente acaba. A campanha principal dura cerca de duas horas. Ou seja, dependendo do lugar onde se vive, é possível terminar este título no caminho de ida e volta para casa em apenas um dia.
O jogo tenta disfarçar isso fazendo com que a dificuldade mais difícil (e mais interessante) precise ser destravada, forçando desse modo que o jogador termine o game novamente. Outro truque dos desenvolvedores, melhor sucedido, se encontra na adição dos mini games já citados. Contudo, nada disso consegue salvar o game do esquecimento após ser destrinchado em, no máximo, alguns dias.
Falha na adaptação
A THQ decidiu escolher apenas algumas características do filme original (como o personagem e os cenários) para produzir o game, assim como em todas as outras adaptações feitas até hoje. Afinal, não há nem sentido em reproduzir um longa-metragem da mesma maneira como foi exibido nos cinemas.
Contudo, a companhia pecou ao decidir abandonar quase que totalmente a trama de Rio, que é apresentada aos pedaços em breves slides antes de cada fase. Algo que torna muito difícil a compreensão do que está acontecendo e que faz parecer que a presença de Blu no game possui a mesma função que teria na embalagem de algum chiclete ou bolacha: atrair fãs para vender o produto facilmente, sem se importar com a qualidade do conteúdo.
Além disso, a empresa não aproveitou muito bem a variedade de cenários apresentados no filme. Para comprovar isso, basta pensar nos estágios. Com exceção de uma fase inspirada na cena em que Blu e Jade caem em cima de uma asa delta (famosa por estar presente no trailer da animação), todos os estágios possuem três ou quatro planos de fundo com poucas variações entre si.
Rio ou Havana?
No filme, quando a dona de Blu o leva para o Rio de Janeiro, ela se surpreende com as festas e com as pessoas fantasiadas para o Carnaval. No game, há também alguns ritmos semelhantes ao samba. Porém, a maior parte dos temas presentes é de merengue ou salsa, gêneros tradicionais de outros países da América Latina, e que deixam a impressão do jogo se passar em uma eterna churrascaria.
Ainda que bem executados e que funcionem com a dinâmica do jogo, faltou um melhor trabalho de pesquisa por parte dos desenvolvedores para disfarçar a sua crença de que abaixo da linha do Equador “é tudo a mesma coisa”.
O mesmo bônus de novo. E de novo. E de novo.
Além da aventura principal de Rio ser curta, há alguns elementos que conseguem se tornar repetitivos em um curto espaço de tempo. É o caso dos bônus apresentados no meio de cada uma das fases.
Eles se alternam entre uma dança ao estilo “siga o mestre”, em que Blu deve imitar os passos apresentados pelo canário carioca Nico, e uma coleta de flores espalhadas em diversas plataformas de alturas diferentes.
No início, as tarefas conseguem divertir. Entretanto, após a quarta ou quinta vez em que elas aparecem, a vontade do jogador é de largar os controles e esperar que o desafio acabe (afinal, não é necessário acertar tudo para continuar).
Parece que após ter percebido que criou um título curto demais, a THQ roubou alguns estágios bônus e os transformou em mini games. Desse jeito, poderia então afirmar que sua obra possui um mínimo de variedade. O lado ruim, que a empresa parece ter ignorado, é que a experiência da campanha principal acabou, dessa forma, se tornando enjoativa


Vale mesmo a pena?
Rio: The Game oferece um jogabilidade interessante misturando o gênero de plataforma com os jogos musicais. Não é algo inovador, mas há poucos títulos dentro do estilo e este consegue oferecer uma boa experiência, pelo menos enquanto ela dura.
Afinal, o maior problema de Rio é a pequena extensão de sua campanha, a qual não consegue ser compensada pelas modalidades extras. Além disso, alguns detalhes cansam o jogador, como a falta de fidelidade na adaptação do filme, a ausência de músicas genuinamente brasileiras e a repetição de cenários e de alguns desafios.
Desse modo, Rio: The Game pode ser recomendado no máximo para um aluguel, pois tudo o que oferece se esgota em questão de, no máximo, alguns dias. Para quem quiser realmente se divertir com as aventuras de Blu e seus amigos, é muito mais recomendável assistir ao filme que originou este game.
Confira um trailer do game:

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